GRI 102-10
A estratégia de enfrentamento adotada pelo Sírio-Libanês para a pandemia do novo coronavírus estabeleceu-se logo a partir do primeiro caso atendido pelas unidades em São Paulo e Brasília, em 6 de março de 2020. Exatamente na semana seguinte, um Comitê de Gerenciamento de Crise foi instalado para definir, de forma integrada, as medidas administrativas e operacionais de todas as unidades em São Paulo (SP) e Brasília (DF) e aquelas geridas dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
Como desafios iniciais, o comitê buscou: manter a integridade física e psicológica das equipes da linha de frente sem perder a qualidade na assistência; alinhar novos processos com agilidade; garantir disponibilidade de insumos; conhecer as evidências científicas; comunicar com fluidez, no tempo certo.
O comitê, em atividade permanente ao longo de 2020 e 2021 devido à duração prolongada da crise, estabeleceu os seguintes pilares para avaliação e definição:
Revisão de fluxos e formas dos atendimentos;
Volumetria de casos;
Gerenciamento de leitos, inclusive por níveis de criticidade;
Controle rigoroso de estoques e insumos;
Administração de recursos humanos;
Atualização de diretrizes.
Constituído por um gestor e por uma equipe multidisciplinar representada por todas as diretorias da instituição, o comitê teve papel deliberativo, com reuniões diárias e aos finais de semana, em formato presencial e digital. A gestão por indicadores, a partir de uma liderança forte e sem hierarquias, permitiu também a formação de subcomitês para a tomada rápida de decisão e os ajustes nas operações, bem como a prestação de contas periódicas para a Diretoria de Senhoras e o Conselho de Administração e até a comunicação cotidiana com as esferas municipal, estadual e federal e a imprensa.
O Hospital Sírio-Libanês em Brasília e suas demais unidades seguiram as mesmas diretrizes, adequando, no entanto, diversas ações em função da sua realidade. Naquela região, o pico da pandemia aconteceu em julho, com a alta ocupação de leitos. Outro desafio importante foi a designação de espaços específicos de tratamento à COVID-19 dentro da única Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de modo a preservar a integridade física de todos os pacientes. No âmbito de exposição da marca regionalmente, o Hospital Sírio-Libanês da capital federal adquiriu mais reconhecimento durante a pandemia e formalizou novos convênios com operadoras de saúde.
Por causa da crise pandêmica, a utilização das unidades do Sírio-Libanês em São Paulo e Brasília para outros tratamentos foi negativamente afetada durante o primeiro semestre, quando os casos de COVID-19 atingiram picos em maio, julho e agosto. As movimentações de atendimentos em geral recuperaram seus índices a partir de agosto.
O Comitê de Gerenciamento de Crise também acompanhou a participação do Hospital Sírio-Libanês em diversas iniciativas de pesquisa clínica em conjunto com outras instituições e a atuação de membros do seu corpo clínico no Centro de Contingência do Coronavírus do Estado de São Paulo.
A quebra de barreiras intrassetoriais teve mais um exemplo com a assessoria técnica e operacional do Hospital Sírio-Libanês para a implantação de uma UTI no Hospital das Clínicas de São Paulo com capacidade para 11 leitos, realizando, ainda, o treinamento de cerca de 1.000 profissionais daquela instituição.
Além da pandemia, o Sírio-Libanês enfrentou, em julho de 2020, uma tentativa de ataque cibernético que movimentou o mesmo comitê e foi controlada rapidamente pela equipe de Tecnologia da Informação. Nas unidades de Brasília, essa crise ocorreu em pleno pico pandêmico, mas um equipamento denominado “máquina de guerra”, que entra em operação justamente no caso de pane tecnológica, permitiu a recuperação imediata de dados sem afetar o atendimento geral, visto que ali não há registros nem movimentação de informações em papel e tudo é feito por sistema.
Mesmo diante de todos esses desafios, o Hospital Sírio-Libanês preservou muitas vidas, não computou nenhuma morte entre seus colaboradores e alcançou uma das menores taxas de mortalidade no mundo para pacientes com COVID-19 que precisaram de UTI.
Já ultrapassando a barreira do calendário anual, em janeiro de 2021, por demanda do Comitê Executivo em função da problemática da vacinação dentro do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Sistema Único de Saúde (SUS), o Comitê de Bioética do hospital analisou a questão da compra e aplicação de vacinas contra a COVID-19 pelo setor privado.
Seu parecer final entendeu que, devido à escassez mundial pelos insumos e pelo imunizante em si, a aquisição e distribuição de doses por entes privados e à parte aos grupos prioritários feriria os princípios fundamentais da equidade, integralidade, universalidade e justiça distributiva, além da própria lógica de uma campanha nacional.
Todas as ações e medidas oriundas do Comitê estão detalhadas nas seções específicas de cada tema que compõe este Relato Integrado, juntamente com as demais realizações e resultados de 2020.
O plano de crise do Sírio-Libanês permanece atualizado periodicamente e acessível por QRCode.
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